A multidão vibrou durante os breves discursos de Benedita da Silva (PT), Glauber Braga e de Jean Willys, ambos do PSOL. Willys declarou seu voto após o deputado Jair Bolsonaro, muito vaiado, dizer que o governo do PT vai contra a inocência das crianças e de elogiar o falecido coronel Brilhante Ustra, acusado de tortura durante a ditadura militar. Após o voto de Bolsonaro, a multidão entoou gritos de "fascistas".
A surpresa foi o deputado Cabo Daciolo, eleito pelo PSOL, mas que, depois de expulso, está no PTdoB e votou a favor do impeachment. Na última sexta-feira, depois de se encontrar com a presidenta Dilma Rousseff e fazer uma oração com ela, Daciolo tinha anunciado apoiar a petista, mas mudou de posição na votação.
Na praça, as pessoas acompanharam atônitas o voto de Daciolo, que criticou o governador e o vice do Rio de Janeiro ; Fernando Pezão e Francisco Dornelles - foi aplaudido, criticou a Rede Globo de televisão e terminou prestando homenagem aos militares do estado, quando foi alvo de fortes vaias dos espectadores.
A multidão, menos entusiasmada do que no início da votação na Câmara, permanece lotando bares e a praça embaixo dos Arcos da Lapa, onde faixas de centrais sindicais e contra o impeachment foram estendidas.