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Mesmo em caso de derrota na Câmara, Paulo Pimenta (PT) crê em reviravolta

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), vice-líder do governo na Câmara, disse, às 20h45 deste domingo, que seu partido não aceitará a derrota na Câmara. "Nós vamos ao Supremo Tribunal Federal, nós vamos ao Senado, mas, mais do que isso, nós vamos às ruas. Se esse processo golpista continuar avançando, eles vão mergulhar o país em uma crise institucional. Não tem nenhuma chance de prosperar esse movimento golpista", diz.


Para Pimenta, não será possível ao sucessor de Dilma Rousseff atuar como chefe de Estado. "Temer e Cunha não têm chance de governar este país sem passar pelo voto popular", analisa. Ele discorda de que o voto do Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada, tenha retirado as chances de Dilma. "O Supremo não analisou o mérito, se é crime de responsabilidade. Todos nós sabemos que a presidente Dilma não cometeu crime. É um golpe patrocinado pelo presidente da Câmara, que já deveria estar preso", alfinetou. O petista disse, ainda, que não perdeu a confiança na vitória desta noite. Mas ressalvou que a eventual derrota não fará com que desista de manter Dilma no Planalto.

"O número de votos que tiver não retira em nada a nossa convicção de que se trata de um golpe. Pode ter 20 votos. Pode ter 100. Pode ter 350 votos". Pimenta também garntiu confiar no afastamento de Cunha.

"Esperamos que o Supremo Tribunal Federal, que até hoje não se manifestou sobre o pedido de afastamento de Eduardo Cunha, se manifeste. Esse silêncio amplia a fragilidade institucional que o país atravessa", reinterou.

Ele procurou minimizar as defecções, como a do deputado Tiririca (PR-SP), que havia dito ser contra o impeachment e votou favoravelmente. "Não chamo de traições. A política brasileira tem partidos de baixa consistência ideológica. E ao longo dos anos contruiu uma relação instrumental, fisiológica, com o governo. Temer, com Eliseu Padilha, foi muito hábil no seu intuito de vender ilusões, distribuindo ministérios, cargos e prometendo até mesmo tirar parlamentares da investigação da Lava-Jato. O resultado da votação é expressão disso", finalizou.