Parlamentares aliados do governo vão questionar uma decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em relação a chamada dos parlamentares para votar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Cunha chamará os deputados por Estados e, tão logo feche a lista de parlamentares daquela unidade da federação, faria uma segunda chamada do mesmo Estado para que parlamentares que não tenha votado possam se pronunciar. Só assim ele passaria para a próxima unidade da federação.
Aliados do planalto afirmam que a segunda chamada de votação só poderá ser feita após os parlamentares de todos os Estados terem anunciado seu voto ao microfone. "Em outras votações isso já ocorreu. Existem muitos deputados ainda indecisos que querem esperar o decorrer da votação para explicitar o seu voto", justificou o líder do PT da câmara, deputado Afonso Florence (BA).
Não há no regimento interno da Casa, qualquer regra que defina esta situação. A decisão ficará a critério do presidente Cunha. "Iremos recorrer porque ele quer fechar o direito dos deputados de votarem", completou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).