Apesar da confiança na aprovação do impeachment, a oposição evitava cantar vitória. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) calculava que o número de votos contra o impeachment já havia chegado a 370 (são necessários pelo menos 342 para aprovar a continuidade do processo). "Mas não fico tranquilo nunca. Tem que chegar a 400", afirmou.
Dois pontos de inscrição foram instalados no plenário, um para os discursos contra e outro para os pronunciamentos a favor do impeachment. Listas prévias já haviam sido feitas das duas partes, antes da abertura do plenário, por ordem de presença dos parlamentares, que começaram a chegar antes das 7 horas, em um movimento raro na Câmara para uma sexta-feira.
Disciplinados, os governistas fizeram uma longa fila para se inscreverem oficialmente. Na oposição, houve um aglomerado em torno da mesa de inscrição e por pouco não saiu confusão. "Nada de furar a fila", gritou um deputado. Logo um pequeno grupo unificou os adversários do governo ao entoar as palavras de ordem da tropa oposicionista: "Impeachment já, fora Dilma, fora PT."