A União pede a suspensão das análises a partir do momento em que a delação de Delcídio do Amaral foi juntada à denúncia, no início deste ano. "Que seja declarada a nulidade do parecer, refeita toda a instrução através de um novo parecer. Que fique claro quais são os objetos. Que haja o desantranhamento dos autos dos fatos estranhos relativos à denúncia. Que seja declarada nula a audiência com os denunciantes", detalhou. O mandado também questiona a sessão da comissão em que foram ouvidos os denunciantes, na qual não se pronunciaram os advogados do governo.
De acordo com Cardozo, Jovair se contradiz no relatório ao alegar centrar a análise nos pontos originais da defesa, mas mencionar outras denúncias relacionadas à presidente, algumas que se referem ao tempo em que ela era ministra da Casa Civil, como mencionados na delação de Delcídio. "Há uma extrapolação do objeto do impeachment. O alargamento do objeto que, ora não está sendo admitido pelo relator ora está, constou nos autos sem que nós pudessemos ter nos defendido. Isso se agrava quando o presidente da Câmara dos Deputados inclui a delação do senador Delcídio do Amaral (na denúncia)", afirma.
Cardozo negou ter impetrado o mandado somente devido à debandada de mais partidos nos últimos dias, o que acabou por isolar ainda mais o governo. E disse que o objetivo não é protelar o processo. Segundo o AGU, caso o Supremo acate a liminar e centre a denúncia nos dois pontos, a defesa será a mesma, a análise pela comissão, no entanto, terá de ser refeita.
Outras ações
O governo e parlamentares tem recorrido ao Supremo para tentar barrar o rito. Nesta semana, o ministro Luiz Edson Fachin, negou um mandado de segurança do parlamentar Weverton Rocha (PDT-MA) em que ele questionou a ordem de votação estabelecida por Cunha e o procedimento adotado. O objetivo era impedir a sessão no domingo.