O ministro de Governo, Ricardo Berzoini, afirmou, nesta quarta-feira (13/4), que a presidente Dilma Rousseff intensificou o ;corpo-a-corpo; com deputados nesta ;reta final; para manter os ;mais de 200 votos; contrários ao processo de impeachment que vai ser apreciado pelo plenário da Câmara no domingo. Otimista, o ministro negou que o governo esteja fazendo barganha ao disponibilizar cargos e liberar restos a pagar e ainda afirmou que parlamentares já consideram impeachment como ;eleições indiretas;.
;Não há como fazer qualquer tipo de manipulação. Evidentemente, no ano todo, nós recebemos a execução de suas emendas que, às vezes, dependem de aspectos técnicos e burocráticos de ministérios. E nós recebemos parlamentares, inclusive de oposição, quer muitas vezes demandam o mesmo tipo de apoio para que possam ter sua emenda praticada de maneira transparente. Não há qualquer processo de toma-lá-dá-cá, nenhum processo de barganha, ao contrário do que algumas notícias fantasiosas do dia tentaram indicar;.
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Berzoini aproveitou para frisar que o processo se trata de uma ;vingança; do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). ;O Congresso entende muitas linguagens, inclusive a linguagem do argumento sobre a improcedência do ponto de vista legal e constitucional do pedido de impeachment que todos sabem só foi admitido por um sentimento de vingança do presidente Eduardo Cunha, que neste momento é o principal condutor daquilo que uma parcela dos parlamentares passa a entender como eleição indireta e não um processo para ver se há ou não crime de responsabilidade por qualquer motivo;.
Para o ministro, está na hora de deixar as paixões de lado. ;A conversa com o Congresso é absolutamente direta e transparente no sentido de mostrar que nós não podemos brincar a democracia e é hora de ter juízo, desprovido de paixões. Não se trata de gostar ou não do governo, de apoiar ou não a presidente. Trata-se de cuidar da democracia, que é um bem fundamental pra os brasileiros;, afirmou Berzoini, que admite procurar todos os partidos para garantir governabilidade caso o processo seja barrado na Câmara. ;Quando se fala em ampla união se fala em diálogo com quem deseja diálogo;, disse. ;A política é feita de momento que muitas vezes se transformam de relações, de partidos;.
Mais cedo, Berzoini e Dilma se reuniram com alguns deputados para tratar da votação no domingo. ;A gente sabe que vários partidos da base têm hoje um tensionamento interno grande e estamos numa fase de reta final, que é deputado por deputado, caso por caso. Reunimos agora com líderes, não só os formais, mas pessoas referência na Câmara e tivermos uma rápida conversa coma presidente Dilma. Estamos convencidos de que teremos no domingo número suficiente para barrar o golpe e criar condições para uma nova base do governo;, afirmou, calculando ter mais de 2oo votos.
O ministro afirmou que a decisão de judicialização do processo do impeachment deve ser definida entre hoje (quarta) e amanhã (quinta). ;Nesse momento não há nenhuma decisão tomada. Também há partidos a parlamentares que estão analisando no seu ponto de vista se há algo a questionar. Eu pessoalmente acho que essa é uma questão que vai ser decidida entre hoje e amanhã;, disse.