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Polícia Federal busca 'compartimento secreto' em aeroporto de São Paulo

A Lava-Jato avaliou dados fornecidos por um colaborador que afirmou que no 3º andar do setor de administração do Aeroporto de Guarulhos "existiria uma parede falsa e uma das salas onde possivelmente podem ser encontrados provas de crimes"


A Operação Lava-Jato chega em sua 28; fase - batizada Vitória de Pirro - a um dos setores de maior preocupação do governo federal, as concessões de aeroportos. A Polícia Federal (PF) realizou buscas no Aeroporto Internacional de Guarulhos nesta terça-feira à procura de um suposto compartimento secreto. Os alvos eram o presidente da Invepar, Gustavo Nunes da Silva Rocha, que foi levado coercitivamente para depor, e Cecília Magnavita.

A Lava-Jato avaliou dados fornecidos por um colaborador que afirmou que no 3; andar do setor de administração do Aeroporto de Guarulhos "existiria uma parede falsa e uma das salas onde possivelmente podem ser encontrados provas de crimes". Cecília, que seria a atual diretora de gestão de projetos do Aeroporto de Cumbica, estaria envolvida "em esquema de pagamento de propinas"

A Invepar é dona da GRUpar, que administra o aeroporto localizado em São Paulo. O terminal foi um dos três que fizeram parte do primeiro pacote do leilão de concessões de aeroportos no governo Dilma Rousseff, realizado em 2012. A Invepar é o principal ativo em venda no processo de recuperação judicial do Grupo OAS.

No pedido de buscas da Vitória de Pirro foram anexadas trocas de mensagens entre o presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, e o presidente da Invepar.



Segundo o informante da Lava-Jato, a executiva "estaria envolvida em pagamentos de propinas para terceiros relacionados especialmente a obtenção da concessão de operação do aeroporto de Guarulhos envolvendo sua ampliação".

"Cecilia guarda em um ;fundo falso; localizado em uma parede de uma das salas do 3; andar do edifício onde exerce suas funções, documentos relevantes criminosos de interesse direto da investigação."

O informante relatou ainda que Cecília, "em conluio com o Grupo OAS, teria influenciado a escolha da empresa que faria as medições técnicas relativas as obras nos terminais aéreos do aeroporto de Guarulhos". "Tais medições foram realizadas de maneira a não convergir com a realidade do que realmente teria sido construído."

A Invepar divulgou nota em que informa que dissocia as apurações do grupo. "O objeto do mandado refere-se somente a temas específicos da OAS, sem nenhuma referência às concessões e negócios da Inverpar. A Invepar ressalta, ainda, que colabora com as investigações."