O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), rompeu o silêncio dos últimos dias e, na primeira manifestação pública pós o rompimento do seu partido com o governo, utilizou as redes sociais para negar que esteja negociando cargos caso assuma o mandato se houver o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). "Outro registro que quero fazer é que eu já estaria negociando cargos, recebendo parlamentares e partidos para fazer negociação de cargos. Sou muito procurado, mas não trato desse assunto. Não trato sequer do assunto do que possa ou não possa acontecer", relatou o vice-presidente em uma série com oito posts no Twitter.
Temer negou ainda que esteja interferindo na Justiça, uma referência às notícias que ele articularia o fim da Operação Lava Jato caso assuma o governo. "Isso eu jamais faria". O vice-presidente lembrou que seu primeiro mandato na Câmara foi como deputado federal constituinte na comissão que discutiu o Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal. "Ajudei a estruturar essas instituições. Tenho também formação jurídica, no particular, voltada para o Direito Constitucional", informou o vice-presidente.
Segundo Temer, no País, cada um cumpre a sua função. "Tenho salientado que nós do Executivo, Legislativo e Judiciário somos apenas exercentes do poder; o poder não é nosso, o poder é do povo. Então, registro com muita ênfase que sou muito atento à institucionalidade e, portanto, jamais haveria de influenciar outro poder", completou.
O vice-presidente está em São Paulo desde terça-feira, quando o PMDB rompeu com Dilma e deve ficar na capital paulista nos próximos dias, segundo assessores. Hoje, Temer se reuniu com empresários em um almoço organizado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).