Politica

Cunha acredita que negociações de cargos são jogo de compra e de manobras

Com a decisão pelo rompimento com o governo, a moção do PMDB determinou que todos os membros da legenda devem deixar os cargos imediatamente - a sigla ainda possui seis ministros

Agência Estado
postado em 30/03/2016 19:30

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acredita que as negociações de cargos do governo federal com partidos da base aliada são "um jogo de compra, de manobras que não deveriam permear a política". Nesta quarta-feira, 30, Cunha declarou que "o governo precisa agir politicamente, com comprometimento de posições e não de recursos". Sob a expectativa de debandada em massa após o rompimento do PMDB com o governo Dilma Rousseff, o Planalto tenta recompor a sua base com cerca de 600 cargos para distribuir entre os aliados. Michel Temer também estaria começando a estruturar sua eventual gestão.

[SAIBAMAIS]"O governo deveria constituir a sua maioria dentro de uma base sólida, de comprometimento com os seus programas e de participação. São manobras de uma tentativa de cooptação através de cargos, recursos, emendas, qualquer coisa do gênero, isso não é bom para a política e também não vai solucionar o problema. Quando acabar o processo, o governo não terá maioria na casa, em nenhuma circunstância", avaliou Cunha. O peemedebista negou que o seu partido também esteja negociando cargos. "O PMDB não tem cargo para oferecer, quem está no governo é que tem cargo para oferecer. Não existe processo de impeachment por troca de cargo".



Com a decisão pelo rompimento com o governo, a moção do PMDB determinou que todos os membros da legenda devem deixar os cargos imediatamente - a sigla ainda possui seis ministros. "Fazer parte do governo não significa ocupar cargo, isso é uma consequência de você estar engajado com o projeto, o governo achou que só distribuir cargo resolvia o problema", criticou. O peemedebista negou que o posicionamento do partido vá "nortear qualquer outro partido" e que a decisão foi tomada como uma "sinalização" para a sociedade de que o PMDB não quer fazer parte do governo. Este seria o início de uma articulação para a disputa presidencial de 2018.

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