Após encontro do vice-presidente Michel Temer com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na tarde desta segunda-feira, 28, interlocutores de Temer afirmaram que o PMDB deve aprovar o desembarque do governo por aclamação na reunião do Diretório Nacional desta terça-feira. Renan representava a ala do partido mais governista e que resistia a apoiar a saída do partido da base aliada do governo Dilma Rousseff. Até esse domingo, 27, interlocutores do presidente do Senado consideravam "muito difícil" um acerto entre ele e Temer em relação ao rompimento.
Segundo os interlocutores do vice-presidente, Temer e Renan entraram em acordo na reunião dessa segunda-feira. No encontro, eles definiram que os ministros do PMDB não devem participar da reunião do diretório e terão até 12 de abril para deixar os cargos.
O próprio Temer, que é presidente da legenda, também não deve participar da reunião. A ideia é não passar a imagem de que ele comandou o processo de rompimento. Caberá ao senador Romero Jucá (RO), primeiro vice-presidente do PMDB, comandar o encontro.
Até então, havia a expectativa de que Temer comandasse a reunião, caso tivesse certeza de que o desembarque seria aprovado por consenso. Para o vice, alcançar a unanimidade na reunião é importante como um sinal de que a sigla está unida em torno dele e de seu eventual governo.
Temer esteve reunindo com membros do PMDB durante toda esta segunda-feira para tentar eliminar os focos de resistência ao desembarque. Pela manhã, se reuniu com o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), um dos principais defensores da permanência do partido no governo.
O Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, tentou contato com aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros. Mas não obteve resposta.
O encontro entre Temer e Renan aconteceu nesta tarde, na residência oficial do presidente do Senado, em Brasília. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), também participou da reunião.