A presidente Dilma Rousseff alterou a agenda para receber, na manhã desta segunda-feira (28/3), ministros do PMDB - sigla que marcou para amanhã a decisão sobre deixar, ou não o governo. A previsão inicial era uma reunião com o ministro Jaques Wagner, que está atualmente alocado no gabinete pessoal da Presidência.
Entre os presentes está o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Ele é um dos que tem trabalhado para que o PMDB não deixe a base aliada.
Os ministros do PMDB também devem ser procurados pelo vice-presidente Michel Temer nesta segunda-feira. Presidente nacional do partido, Temer tenta convencer todos os sete representantes da sigla na Esplanada a entregar os seus cargos esta semana.
Neste domingo, assim que voltou de Porto Alegre, Dilma reuniu integrantes da equipe ministerial no Palácio da Alvorada. A estratégia imediata vai ser atuar no varejo para conquistar o maior número de deputados possível na luta contra o impeachment.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada no sábado, dia 26, o ministro considerou "precipitado" o rompimento imediato do partido com o governo Dilma. Braga defende o adiamento da reunião do diretório nacional do partido. Na entrevista, ele sinaliza ainda que pode não deixar o governo mesmo após o PMDB desembarcar.
Varejo
Com a decisão do PMDB de deixar o governo já dada praticamente como certa pelo Palácio do Planalto, a ordem do governo é passar a atuar no varejo para conquistar o maior número de deputados possíveis para conseguir barrar o impeachment. A estratégia vai ser entregar cargos e prometer a liberação de recursos.
A preocupação do governo agora é tentar evitar um efeito manada em outros partidos da base, como PP, PSD e PR, após o desembarque do PMDB. Lideranças desses partidos já avisaram que, caso o PMDB saia do governo, será muito difícil eles defenderem a permanência na base aliada.