O secretário da Casa Civil de São Paulo, Edson Aparecido, deixará na sexta-feira, 25, o cargo e deve ser candidato a vereador pelo PSDB na capital. Seu substituto interino será o secretário adjunto, Fabricio Cobra Arbex.
Aparecido era o responsável pela articulação política do Palácio dos Bandeirantes e foi coordenador da campanha de reeleição do governador Geraldo Alckmin em 2014. Em 2016, porém, perdeu espaço no governo por não ter feito campanha para o empresário João Doria nas prévias do partido. Doria, que será candidato à Prefeitura pelo PSDB, foi apoiado pelo governador na disputa interna contra o vereador Andrea Matarazzo.
Quando a informação sobre a saída de Edson foi revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo, no dia 5 de março, o Palácio dos Bandeirantes negou a mudança. A gota d;água que azedou a relação entre Alckmin e Aparecido foi um discurso do secretário, em um ato de encerramento da pré-campanha de Doria, no qual ele pregou unidade ao PSDB, exaltou os quadros "históricos" do partido, mas não declarou voto no empresário. O governador não teria gostado da atitude do auxiliar.
Dirigentes tucanos dizem de forma reservada que a disputa pela vaga de candidato à Prefeitura de São Paulo causou um racha irreversível no partido.
Também colaborou para o desgaste de Aparecido a citação à compra de um imóvel em Moema, zona sul da capital. O tucano teria adquirido um apartamento que pertencia a um empresário cuja empresa presta serviços ao governo estadual.
O secretário nega irregularidades na negociação e contesta a reportagem publicada sobre o assunto pela imprensa. Outro episódio que incomodou o governador foi o surgimento do nome do ex-chefe de gabinete da Casa Civil, Luiz Roberto dos Santos, o "Moita", nas investigações da Operação Alba Branca, que apura fraudes na merenda escolar em prefeituras do Estado.