A presidente Dilma Rousseff voltou a criticar, nesta sexta-feira (18/3), a interceptação de uma conversa telefônica sua com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava-Jato. Em discurso, Dilma rebateu também a referência feita pelo juiz Sérgio Moro ao escândalo de Watergate, no Estados Unidos, que culminou com a renúncia do então presidente Richard Nixon, em 1974.
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"As situações são bem diferentes porque lá era o presidente que grampeava todo mundo. Este exemplo só mostra que nem mesmo um presidente pode grampear [ligações] sem autorização", afirmou, durante evento de entrega de residências do programa Minha Casa, Minha Vida, em Feira de Santana (BA).
[SAIBAMAIS]Dilma disse que o grampo da Presidência da República, sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), é um fato grave e fere a Lei de Segurança Nacional, como ocorre em todas os países democráticos. "O problema do grampo não é por ser comigo, a Dilma, mas por eu ser a Presidenta do Brasil", destacou, afirmando que tomará as providências cabíveis de modo a garantir também os direitos individuais de toda a população. "Qualquer brasileiro tem direito às mesmas garantias e proteção", disse. "Se qualquer um for grampeado, ninguém terá direito de cidadania no País", acrescentou.
Dilma relembrou que apesar de ocupar a cadeira da Presidência atualmente, chegou a ser presa por três anos durante a década de 1970. "Hoje, qualquer um pode ir às ruas, criticar, dizer o que pensa e se expressar livremente", afirmou, defendendo a manutenção dos valores democráticos e criticando a politização de instituições jurídicas e policiais.