Jornal Correio Braziliense

Politica

Supremo analisa se novo ministro da Justiça pode assumir cargo

O novo chefe da AGU, José Cardozo, defendeu que não há subordinação entre os entes estadual e federal e, por isso, não haveria ilegalidade na nomeação do novo ministro

[VIDEO1]

O novo chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, estreou nesta quarta-feira (09/03) como defensor do governo no julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a legalidade da permanência do novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, sucessor dele no cargo.

Leia mais notícias em Política

O julgamento baseia-se numa ação ajuizada pelo PPS no STF na quinta-feira (3/3), dia da posse de Silva. O processo questiona a possibilidade de um membro do Ministério Público (MP) assumir função no Executivo. Ele era procurador-geral-adjunto da Bahia e foi exonerado do posto nesta semana.

Cardozo defendeu que não há subordinação entre os entes estadual e federal e, por isso, não haveria ilegalidade na nomeação do novo ministro da Justiça. O advogado-geral da União também afirmou que, se a tese da AGU não for admitida, a Corte precisará editar uma norma com validade a partir de agora, uma vez que, segundo ele, há muitos membros do MP que exercem funções nos governos de Estados.

Leia mais notícias em Política

Outro ponto levantado por Cardozo foi a oposição de uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), ordem processual que, de acordo com a Advocacia-Geral, "cria um obstáculo intransponível", já que a lei impede a admissão desse tipo de ação quando houver outro meio eficaz para sanar o questionamento.

"Quem irá querer propor uma ação civil pública se poderá recorrer diretamente ao STF?", questionou o novo chefe da AGU, afirmando que a ação fere as regras processuais previstas. A tese foi acompanhada em manifestação do ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira, que falou no julgamento em nome das associações do MP.

Com informações da Agência Estado.