O risco de confronto nas manifestações do próximo domingo fez com que o Planalto pedisse ao PT e defensores do mandato da presidente Dilma Rousseff que evitem sair às ruas no dia marcado para os protestos dos opositores ao governo. Caso insistam, a orientação é de que as manifestações ocorram em locais separados. Os militantes, no entanto, têm mostrado resistência em ficar em casa. ;É um erro do PT e da direção da CUT. Não tem porque não ir às ruas no domingo para evitar que essa direita sanguinária ganhe as coisas no grito;, protestou o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF). Segundo ele, o protesto está mantido em Brasília, mas em local diferente da manifestação pro-impeachment.
[SAIBAMAIS]O Correio mostrou ontem que os lideres do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), e do Senado, Paulo Rocha (PA), já tentavam colocar água na fervura da militância. ;Queremos fazer um protesto pacífico em contraponto ao que estão fazendo contra o presidente Lula. A orientação é de que, caso haja provocações, não se revide;, disse Florence.
Na sexta-feira, no mesmo instante em que Lula depunha à Operação Lava-Jato, no Aeroporto de Congonhas, a Frente Brasil Popular ;formada pela CUT, MST, UNE, Ubes, PCdoB e outros movimentos de moradia popular ; definiu que o calendário dos movimentos para 8, 18 e 31 de março.
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As direções estaduais da CUT de Porto Alegre, Vitória e Recife já avisaram que vão organizar passeatas para o domingo. O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, ligou para os dirigentes estaduais e foi claro. ;Se quiserem ir às ruas, podem ir. Mas façam manifestações em locais diferentes deles;, cravou.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, informou que a estratégia da Secretaria de Segurança Pública do DF será a de garantir a segurança da população e do patrimônio público.
Ontem, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, manifestantes ligados aos movimentos sociais foram à Avenida Paulista. ;Se o PT e a CUT forem às ruas, vai haver confronto;, disse Lavínia Claro, 31 anos, do Movimento Terra Livre. Ela própria não é muito simpática à presidente, mas é contra o impeachment. ;Não dá para defender esse governo que aí está. Mas também não dá para apoiar o golpe;, completou Lavínia. O evento teve confronto entre simpatizantes e críticos ao governo Dilma.
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