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Prefeitos dizem que Dilma considera 'exagerada' condução coercitiva de Lula

Segundo Fortunati, a presidente lembrou que Lula "nunca se negou a depor, sempre usou os mecanismos legais, sempre foi ao Poder Judiciário e, obviamente, ela entende que houve um exagero nessa condução forçada do presidente Lula"

Durante reunião com prefeitos, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff classificou como "um exagero" a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal. "A presidente protestou porque ela acha que as coisas estão fugindo da normalidade do estado democrático de direito e lamentou que isso esteja acontecendo", disse o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, do PDT.



Segundo Fortunati, a presidente lembrou que Lula "nunca se negou a depor, sempre usou os mecanismos legais, sempre foi ao Poder Judiciário e, obviamente, ela entende que houve um exagero nessa condução forçada do presidente Lula". Ele disse ainda que a presidente fez questão de mostrar "sua insatisfação com essa situação". Dilma Rousseff considerou "exagerada e desnecessária" a medida.

Dilma lamentou muito o que ocorreu, mas disse que não poderia interferir numa decisão da Polícia Federal. "Antes de entrar no tema da reunião, que era a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), ela falou sobre esse assunto. Disse que Lula nunca se negou a prestar depoimento e, por isso, não precisava aquela ação toda. Afirmou, porém, que respeitava as instituições", contou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB).

Na reunião, a presidente Dilma não citou a delação do senador Delcídio Amaral, mas fez questão de fazer esclarecimentos aos prefeitos em relação a acusações feitas em relação a ela, de que teria tentado interferir na Operação Lava Jato.

O prefeito de Pará de Minas (MG), Antonio Júlio de Farias (PMDB), que também participou do encontro, disse ao jornal "O Estado de S. Paulo" que a presidente Dilma também associou a divulgação antecipada da revista IstoÉ, com o a suposta delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS), com a deflagração dessa nova fase da Operação Lava Jato.

A reunião originalmente foi marcada para a presidente Dilma defender junto aos prefeitos a necessidade de aprovação da CPMF. Dilma encaminhou ao Congresso a proposta de 0,20% para a União e o governo sinalizou que concorda de ampliar o valor da alíquota do novo imposto para 0,38%, de forma que os Estados e municípios recebam também 0,09% cada. No encontro, Dilma fez questão de dizer que "a CPMF é a única forma de o País sair da crise".