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Cunha se diz tranquilo em relação ao Conselho de Ética

O deputado disse também que não teme o julgamento do STF, porque está "ao lado da verdade"

Minutos antes da maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votar pela abertura de ação penal e transformar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em réu, o deputado se disse tranquilo e que está ;ao lado da verdade;. Antes de iniciar as votações do dia, em entrevista no Salão Verde, afirmou que ;tornar réu não é sentença condenatória;.

;Estou absolutamente tranquilo, estou com a verdade, estou com a inocência. Não tenho nada para me preocupar. Volto a dizer: tornar réu não é sentença de ninguém, tanto que já fui réu e fui absolvido;, disse Cunha. ;Em 2013, me tornei réu numa decisão do pleno [do STF] por 5 a 3 e depois fui absolvido por unanimidade;, acrescentou.

Cunha voltou a afirmar que, mesmo sendo réu, não pedirá afastamento da Presidência da Casa. ;Não existe nenhuma razão para afastamento de quem se torna réu. Não há razão nenhuma para isso;, afirmou Cunha, que disse ainda pretender terminar seu mandato.

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Nessa quarta-feira, o STF votou pela abertura de ação penal contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a ex-deputada federal e atual prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Almeida. Os ministros entenderam que há indícios de que Cunha recebeu US$ 5 milhões de propina por um contrato de navios-sondas da Petrobras.

Segundo a denúncia, Cunha pressionou pelo pagamento da propina por meio de requerimentos apresentados pela ex-deputada federal Solange Almeida à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, com o objetivo de investigar contratos das empresas Mitsui.

Ao comentar a denúncia, Cunha disse existir um farto material probatório para derrubar os argumentos. ;Aquilo que depender de instrução probatória será provado e efetivamente aquilo que está lá [na denúncia] não tem condição de ser provado;, disse.

Em relação à decisão do Conselho de Ética, que aprovou por 11 votos a 10 a continuidade das investigações relativas à quebra de decoro parlamentar, Cunha afirmou que pretende contestar o que chamou de irregularidades, com recursos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, e no próprio STF. ;Tem uma série de fatores errados aí, que meus advogados vão tratar de fazer os recursos correspondentes;, disse.