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Oposição articula com PMDB saída da presidente Dilma do cargo

Após conversas com ministros do Supremo Tribunal Federal congressistas do PSDB e do PMDB concluíram que precisam buscar um entendimento para promover a saída da presidente Dilma Rousseff do cargo

Após conversas com ministros do Supremo Tribunal Federal sobre as investigações relacionadas ao marqueteiro João Santana, congressistas do PSDB e do PMDB concluíram que precisam buscar um entendimento para promover a saída da presidente Dilma Rousseff do cargo - seja por meio do impeachment ou da cassação do mandato. "Sempre apostamos na cassação da chapa liderada por Dilma no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas vamos procurar o comando do PMDB para buscar uma saída", disse o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), que joga afinado com o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

No PMDB, o principal adversário do impeachment sempre foi o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Ele nunca quis ver o vice-presidente Michel Temer no lugar de Dilma Rousseff. Por isso, quando o STF decidiu que o afastamento da presidente só se daria com aval dos senadores, a tese de impeachment refluiu.



Logo em seguida, um grupo de senadores do PMDB passou a articular uma candidatura ao comando do partido. Temer, então, viu-se obrigado a recuar para não colocar em risco a reeleição como presidente do PMDB. Oficialmente, o vice desistiu do impeachment para ser reconduzido em encontro previsto para ocorrer em março.

Mudança

A prisão de Santana na Operação Acarajé, e as revelações de que ele recebeu pagamentos de empresas investigadas na Lava Jato no exterior fizeram o jogo mudar nesta última semana. Renan passou a avaliar que a situação da presidente se deteriorou. "É o pior momento de toda a crise", disse Renan a um aliado logo após a prisão do marqueteiro.

Uma liderança da ala governista do PMDB que se encontrou com ministros do STF também considerou que "os dados sobre as contas de Santana são devastadores contra Dilma". "O problema é que não dá para cassar ela e o Temer e deixar o País sob o comando do Eduardo Cunha (presidente da Câmara)", afirmou o congressista. Em caso da cassação dos mandatos de Dilma e Temer, o presidente da Câmara assume o Palácio do Planalto e convoca novas eleições em 60 dias.

Apesar da "animação" do grupo de Aécio com os avanços do processo de cassação no TSE, um desfecho na Justiça deverá levar até dois anos. Pouco animados com os avanços na corte eleitoral, a ideia de parte dos opositores é a de concentrar o foco no processo de impeachment iniciado na Câmara.

A expectativa de algumas lideranças é de que as manifestações de ruas previstas para o próximo dia 13 deverão ganhar força, incentivadas pela ampliação dos índices de desemprego e pelos avanços da Lava Jato. A ideia é criar uma agenda constante de protestos organizada pelo "comitê do impeachment" que está em fase de gestação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.