A Polícia Federal realiza, na manhã desta sexta-feira (26/2), a Operação ;O recebedor;, que é um desdobramento da Lava-Jato, que investiga corrupção na Petrobras. O objetivo é apurar corrupção e lavagem em obras de duas ferrovias, a Norte-Sul e a Leste-Oeste. Os agentes fazem diligências em seis estados - Paraná, Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Goiás - e no Distrito Federal.
Serão cumpridos sete mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar esclarecimentos e depois liberada, além de 44 ordens de busca e apreensão. A ação acontece depois de acordo de leniência com uma das empresas alvo da Lava Jato, além de colaboração premiada. A medida forneceu documentos e testemunhos para o caso.
Os agentes buscam suspeitos e provas sobre a suspeita de pagamento de propina para a construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste. Entre os crimes estão a formação de cartel, lavagem de dinheiro e o superfaturamento de obras públicas.
Segundo a apuração, os desvios foram de R$ 630 milhões apenas nos trechos da Norte-Sul que cruzam Goiás. A ferrovia começou a ser construída no governo José Sarney (1985-1990). A PF afirma que as empreiteiras que faziam pagamentos regulares por meio de ;contratos simulados; a um escritório de advocacia e mais duas empresas em Goiás. O objetivo era fazer uma ;fachada para maquiar; a origem ilícita do dinheiro vindo de ;fraudes em licitações públicas;.
Hoje, os policiais buscam provas de pagamento de propina, cartel e lavagem de dinheiro obtido com superfaturamento de obras.
O nome da operação é relacionado à Operação ;Trem Pagador;, que investigou superfaturamento na Norte-Sul e resultou em investigação contra vários alvos, principalmente José Francisco das Neves, o ;Juquinha;, ex-presidente da Valec. Naquele caso, advogados de um dos investigados afirmou que, se havia um ;Trem Pagador;, ele não seria ;o recebedor;.