Jornal Correio Braziliense

Politica

MP de São Paulo diz que mantém a intenção de tomar o depoimento de Lula

O quarteto de promotores disse que o objetivo é reverter a decisão para "cumprir o objetivo de apurar os graves fatos envolvendo pessoas que se consideram acima e à margem da lei"

Quatro promotores do Ministério Público de São Paulo anunciaram ontem que vão recorrer da decisão do conselho da categoria que suspendeu todos os atos de Cássio Roberto Conserino, da 103; Promotoria Criminal da capital paulista, na investigação em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é suspeito de lavagem de dinheiro por ocultar a posse de um tríplex no Guarujá. Em nota lida por Conserino ontem, ele, Reinaldo Guimarães, Fernando Henrique Araújo e José Carlos Blat dizem que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) foi induzido a errar pelo pedido do ex-líder do PT na Câmara Paulo Teixeira (SP). O Instituto Lula negou ontem, mais uma vez, que o petista tenha sido dono do imóvel. Do lado de fora do Fórum da Barra Funda, na capital paulistana, onde os depoimentos aconteceriam, militantes pró e contra Lula se agrediram e a polícia teve que intervir.



Nilo Batista e Cristiano Zanin, advogados de Lula, afirmaram que a nota dos quatro promotores mostra que ex-presidente já foi prejulgado ao ser classificado como pessoa que se considera ;acima e à margem da lei;.

No pedido ao CNMP, Paulo Teixeira diz que o processo foi entregue a um promotor sem obedecer à escolha eletrônica da promotoria competente para aquela região. E afirmou que Conserino prejulgou o caso ao dizer à revista Veja que vai denunciar Lula. O promotor informou ao Correio que não afirmou isso e que a decisão de oferecer denúncia se dará no fim das oitivas. Ontem, seriam ouvidos também a ex-primeira-dama Marisa Letícia; o presidente afastado da OAS, Leo Pinheiro; e o engenheiro Igor Pontes.

O CNMP atendeu ao pedido do ex-líder do PT na Câmara impedir a realização do depoimento de todos eles. Um dos argumentos era que o caso não foi distribuído eletronicamente a uma promotoria, mas a diretamente a Conserino e a um grupo de investigadores da Barra Funda.

Briga
No Fórum da Barra Funda, o ato em defesa de Lula acabou em pancadaria. Dois grupos de manifestantes entraram em confronto. Um homem que defendia o ex-presidente levou um golpe na cabeça e teve que ser socorrido por policiais. Uma mulher que estava perto também foi atingida e recebeu atendimento médico. Os grupos contrários precisaram ser separados por uma corda. Os policiais tiveram bastante trabalho para conter o ímpeto dos manifestantes. A todo instante, eram arremessados ovos e frutas de um lado para o outro.


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