Na véspera da disputa pela liderança do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ), ganhou três reforços externos em sua tentativa de ser reeleito para o comando da legenda na Casa. Além de Marco Antônio Cabral e Pedro Paulo, exonerados de seus cargos de secretário estadual de Esportes e secretário de Coordenação de Governo do Rio de Janeiro, respectivamente, o atual líder ganhou o apoio de Átila Nunes (RJ), reconhecido na tarde desta terça-feira (16/2) como sendo do PMDB.
No final do ano passado, a posse de Nunes como deputado federal foi articulada por Picciani, com apoio do comando do PMDB fluminense, para que Átila apoiasse a reeleição do conterrâneo à liderança. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contudo, se negou a dar posse, alegando que Átila não podia ser empossado deputado, pois exercia mandato de vereador no Rio.
A posse foi dada graças a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas como filiado ao PSL, legenda pela qual foi eleito. O parlamentar, no entanto, está filiado ao PMDB desde 1; de outubro do ano passado. A Câmara alegou que, para que fosse considerado quadro do PMDB, era preciso que o partido fizesse uma comunicação formal.
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O comunicado da Executiva Nacional, comandada pelo vice-presidente Michel Temer, chegou à Câmara na segunda-feira (15/2) e foi acatado por Cunha no início da tarde desta terça-feira
Com isso, a bancada do PMDB passa de 67 para 69 deputados. Nesta quarta-feira (17/2) dia da eleição, este número deve chegar a 70 com a volta do ministro da Saúde, Marcelo Castro. Seu pedido de afastamento deve ser apresentado à Casa Civil até o final do dia e sua exoneração deverá ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta.
Apoiador da candidatura de Hugo Motta (PB), Cunha criticou as trocas promovidas por Picciani e seus aliados. "Manobra está sendo feita na tentativa de liderança do PMDB, que está trazendo titular, mas não para sair suplente do PMDB e sim para nomear deputados provisoriamente de outros partidos para crescer a bancada. Isso aí é que é a manobra", afirmou o presidente da Câmara nesta manhã.
Na noite desta segunda-feira, ele já havia criticado o retorno de Castro. "Me preocupa muito a situação do ministro da Saúde, com a crise que temos, o ministro largar (o cargo) para participar do processo é muito ruim", afirmou.