Sob o risco de não fazer mais parte da cúpula partidária em caso de disputa, o pragmatismo do grupo de Renan falou mais alto. Jucá e o líder do PMDB no Senado e atual tesoureiro da legenda, Eunício Oliveira (CE), que são próximos ao atual presidente do partido, conversaram com Temer e aliados dele durante o recesso parlamentar a fim de acertar as desavenças entre os dois lados. Nessa tarefa de reaproximação, ambos estiveram com o vice até uma da madrugada, antes da conversa definitiva entre Temer e Renan da manhã desta terça-feira (2/2). "Renan e Michel tiveram uma conversa boa, esclareceram as coisas e se acertaram", afirmou um aliado do presidente do Senado.
Contribuiu também para selar o acordo entre as duas alas o fato de o vice-presidente passar a falar, em privado e em público, que o impeachment de Dilma havia perdido força. Aliado da presidente, Renan tem se posicionado contra o afastamento dela.
Pelo acerto, a tendência é que a nova composição da cúpula do PMDB pelos próximos dois anos tenha, além da permanência de Temer, Jucá como o 1; vice-presidente do partido, cargo hoje ocupado pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que pode ser deslocado para outra vice-presidência. Eunício deve permanecer na tesouraria do partido, posto que está há 10 anos. Outros cargos da direção serão partilhados por aliados de Temer e de Renan. Ao menos por ora, publicamente ninguém falará da divisão dos postos da direção.