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PF investiga se prédio em SP era usado para mascarar propina da Petrobras

Empreendimento da cooperativa foi assumido pela OAS, mas investigadores suspeitam de transações imobiliárias e abertura de offshores no exterio

A Polícia Federal, que deflagrou nesta quarta-feira (27/1) a 22; fase da Operação Lava-Jato, apelidada de ;Triplo X;, suspeita que os apartamentos do condomínio Solaris, no Guarujá, litoral de SP, foram usados para mascarar dinheiro desviado da Petrobras. O alvo da ação é a empreiteira OAS, que assumiu o empreendimento da Cooperativa dos Bancários de São Paulo (Bancoop), que teve como dirigente o réu João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT.

"Todos os apartamento estão sob investigação", esclareceu hoje o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF no Paraná, Igor Romário de Paula, em coletiva na superintendência da corporação em Curitiba. O procurador Carlos Fernando Lima reforçou que tem que reforçar que todos os apartamentos, "ou boa parte deles, podem ser tido usados para lavagem de dinheiro oriundos de contratos estatais", disse.

[SAIBAMAIS]A suspeita da PF é de que familiares de Vaccari, ex-tesoureiro do PT, participaram da ocultação de bens em nome de laranjas. Um dos imóveis no Solaris está sob propriedade de offshores no Panamá registradas, ao menos oficialmente, em nome da publicitária Nelci Warken, presa hoje. Segundo Carlos Fernando, ela é "laranja" no esquema, mas os policiais e o Ministério Público ainda não têm certeza de quem seja o verdadeiro dono do triplex número 163-B. Ele disse que há indicativo de "envolvimento de um partido político, o Partido dos Trabalhadores" no esquema.


Lula
O triplex vizinho, o 162, é atribuído à família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Instituto Lula diz que o ex-presidente "não possui um apartamento triplex no Guarujá". Segundo a entidade, a mulher do petista, Marisa Letícia Lula da Silva, "adquiriu, em 2005, uma cota de participação da Bancoop, quitada em 2010, referente a um apartamento."



A declaração de bens do ex-presidente, feita em 2006, mostra que ele possui ;participação Cooperativa Habitacional Apartamento em construção no Guarujá - SP Maio 2005" e que R$ 47.695,38 haviam sido pagos.

Em 2009, a conclusão dos imóveis foi transferida à OAS. ;Neste processo, todos os cooperados puderam optar por pedir ressarcimento do valor pago ou comprar um apartamento no empreendimento;, informou o Instituto Lula. "À época, Dona Marisa não optou por nenhuma destas alternativas esperando a solução da totalidade dos casos dos cooperados do empreendimento", disse a entidade em agosto e em dezembro passados.

Carlos Fernando não assegurou que o apartamento pertence, de fato, à família de Lula. Contou que, com base em notícias, analisam ;mais a fundo; se a esposa do ex-presidente desistiu de assumir comprar um imóvel no Solaris.

De acordo com o juiz da 13; Vara Federal no Paraná, Sérgio Moro, as investigações descobriram que o apartamento 43 foi declarado como sendo de Giselda Lima, esposa de João Vaccari, réu preso na Lava-Jato. A cunhada do ex-tesoureiro, Marice Lice, declarou ter adquirido um o imóvel número 44-A.