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Coordenador da Lava-Jato prevê pena de 100 anos de prisão para Odebrecht

Mas, como no sistema penal brasileiro crimes semelhantes não acumulam penas, a expectativa da Procuradoria é que o empresário seja condenado a "menos de 100 anos de prisão"

"As provas que valem contra alguém são as provas na Justiça, não são aquelas colhidas lá trás pela polícia ou pela Procuradoria, mas as provas da Justiça. Paulo Roberto foi ouvido na Justiça e todos os advogados, inclusive os de Marcelo Odebrecht, tiveram oportunidade de fazer perguntas a ele e não fizeram", reforçou.

Lula

Deltan Dallagnol também rebateu a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feita na quarta-feira (20). Em entrevista a blogueiros simpáticos ao PT, Lula afirmou haver direcionamento nas delações para que houvesse citação em seu nome. "Delação premiada tem que ter o nome de Lula, senão não adianta", afirmou o ex-presidente na ocasião.

"Não direcionamos delação", disse o procurador. Segundo ele, no próprio acordo de delação consta o termo de que se o delator mentir pode perder todos os direitos e ainda ser processado.

"Além disso, ninguém é acusado apenas pela palavra do delator, e sim por provas independentes da colaboração que apontam as responsabilidades daquela pessoa sobre os crimes", explicou.

De acordo com Dallagnol, uma pessoa só se torna investigada quando há provas concretas sobre ela. Questionado sobre como o ex-presidente é considerado pelos investigadores da Lava-Jato, o procurador disse que "as investigações são dinâmicas, mas até agora Lula não se tornou alvo de nossa operação."