Ao inaugurar uma obra viária em Recife nesta quinta-feira (21/1) a presidente Dilma Rousseff defendeu a política de subsídios que tem sido alvo de críticas. A presidente disse que parte da obra Via Mangue foi feita com financiamento subsidiado pela União, com impacto sobre o orçamento. "Muitas vezes alguns consideram que isso integra um processo de subsídio incorreto. Nós não, nós achamos que, para obras dessa envergadura, é legítimo", afirmou.
Nesta quarta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a política de incentivos e desonerações, chamada de política anticíclica, conduzida por Dilma e seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, no primeiro mandato. Lula disse que houve exageros.
Dilma, no entanto, fez um aceno a seu padrinho político. Nos agradecimentos iniciais do discurso, citou Lula entre os pernambucanos importantes para a realização da obra, que começou no governo do ex-presidente. Dilma também citou o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em 2014 e muito popular no Estado. A plateia respondeu com gritos de "Eduardo, guerreiro do povo brasileiro".
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Apesar da defesa da política de subsídios, a presidente repetiu que o Brasil sofre com efeitos da crise econômica internacional e que seu governo pretende reequilibrar as contas públicas. "Estamos enfrentando uma situação instável no mundo, um momento crítico. Nosso objetivo, neste momento, é reequilibrar o orçamento do País, reduzir a inflação e reconstruir a capacidade de investimento público e privado. Vamos fazer isso e estamos fazendo", afirmou.
A presidente falou da importância da obra para a mobilidade urbana e disse que é uma grande preocupação do seu governo que as pessoas gastem menos tempo em seus deslocamentos diários. Dilma afirmou que isso permite que a população tenha mais tempo para as atividades de seu interesse, como o convívio familiar.
Dilma participou da inauguração da pista leste da Via Mangue, obra viária no sul de Recife, que recebeu investimentos de R$ 431 milhões em recursos da Prefeitura do Recife e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Também participam da cerimônia o prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD).