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Réu na Operação Zelotes, Eduardo Valadão quer Dilma como testemunha

Segundo Valadão, parlamentares e integrantes do governo participaram do processo para editar duas das três medidas provisórias com incentivos fiscais para montadoras sob suspeita de ter sido compradas

Um dos alvos de processo que apura a suposta compra de medidas provisórias no governo federal, o advogado Eduardo Valadão arrolou a presidente Dilma Rousseff como uma de suas testemunhas de defesa.

A defesa quer as oitivas de mais 62 pessoas, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu ex-chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT), e vários congressistas.

Segundo Valadão, parlamentares e integrantes do governo participaram do processo para editar duas das três medidas provisórias com incentivos fiscais para montadoras sob suspeita de ter sido compradas. Dilma era ministra-chefe da Casa Civil entre 2009 e 2010, quando a MP 471 foi editada e discutida no Legislativo. No caso da MP 512, também suspeita de ter sido comprada, a norma foi sancionda pela petista em 2011.

BNDES
A revista Época publicou ontem que, após a liberação de um financiamento de US$ 320 milhões do BNDES para construção de uma barragem em Moçambique, a empreiteira Andrade Gutierrez doou R$ 20 milhões para a campanha de reeleição da presidente Dilma. Em março de 2013, a presidente reuniu-secom o chefe do Exectuivo de Moçambique, Armando Guebuza, quando o governante questionou as exigências do banco para conceder o empréstimo. Dilma teria se colocado à disposição para ;resolver o assunto;. A Presidência informou à revista que o governo não faz ingerência nos empréstimos e negou o vínculo entre eles e as doações eleitorais.

Em nota, a Andrade Gutierrez disse que todos os "financiamentos contratados junto ao BNDES obedecem à legislação brasileira e seguem avaliação técnica rigorosa do banco." Segundo a empresa, "os parâmetros de contratação seguem bases internacionais de financiamento à exportação de bens e serviços e têm como objetivo fomentar a geração de emprego e renda no Brasil.". A empresa ainda informou, por meio de nota, que em relação ao empréstimo do BNDES para a construção da Barragem de Moamba Major, "o valor de US$ 320 milhões foi contratado em julho de 2014, e não liberado."