Questionada na manhã desta quinta-feira (7/1) se acha que terá êxito na relação com o Congresso em 2016 para garantir as reformas que o governo quer fazer, como a da Previdência, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a oposição tem que ter "pelo menos o mínimo de compromisso com o País".
Para a presidente, a crise política é fruto da postura de alguns políticos que colocam interesses menores à frente dos interesses do País e, no ano passado, ela afetou diretamente a situação econômica do Brasil. "Isso se expressou nas pautas-bombas", afirmou. "O governo ficou durante um tempo para manter o veto a chamadas pautas-bombas", disse durante café da manhã com jornalistas.
Dilma afirmou ainda que neste momento vai ficar claro quem é a favor ou contra o Brasil. "E não precisa apoiar o governo", afirmou. Para a presidente o ano de 2016 deve ser melhor do que o passado e as disputas políticas não podem mais paralisar o país.
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"Não é possível achar que repetiremos 2015. Acho que esgotou o modelo do quanto pior, melhor", disse. A presidente afirmou que nunca se recusou a dialogar com a oposição. "Nunca me recusei a fazê-lo e fiz, muitas vezes de forma discreta".
Ao falar sobre o processo de impeachment contra ela, Dilma disse, sem se alongar muito, que "as características principais da situação que atravessamos" estão sendo desmontadas. Para a presidente, o quadro em torno do seu pedido de afastamento vai ficar cada vez mais claro. "Tudo vai ser julgado, analisado", disse.
Dilma destacou alguns programas do governo e afirmou que "não é possível continuar negando" alguns avanços. "Nós achamos que temos que reformar as políticas sociais para mantê-las, tem gente que acha que temos que acabá-las."
Erros
Instada a fazer uma avaliação sobre os erros que o governo cometeu nos últimos anos, a presidente afirmou que o maior deles foi não ter percebido o tamanho da crise que atingiria o Brasil em 2015.
"O maior erro foi não ter visto que a crise era tão grande em 2014, não ter visto o tamanho da desaceleração em decorrência de problemas internos e externos", afirmou. Ela citou como exemplos que prejudicaram o desempenho da economia a instabilidade de economias como a China e o fato de o Brasil estar enfrentando uma das maiores secas das últimas décadas.
Segundo a presidente, "qualquer atividade é passível de erro" e agora cabe ao governo apresentar medidas para contorná-los. Um dos caminhos sugeridos por ela foi colocar efetivamente em prática a reforma administrativa, para reduzir a burocracia. "Vamos continuar a reforma administrativa, crucial para corrigir erros do governo. A burocracia talvez seja o maior erro do governo", disse.
Segundo Dilma, uma das ideias que o governo está estudando é criar uma espécie de "Casa do Governo" em cada Estado, que reunirão os diversos órgãos da administração federal em um único local - o que diminuiria a despesa com aluguéis de imóveis, por exemplo.