O juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7; Vara Criminal Federal no Rio, autorizou nesta quarta-feira (16/12) que o ex-presidente da Eletronuclear, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva cumpra prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Pinheiro é réu na Justiça Federal no Rio acusado de receber ao menos R$ 4,5 milhões em propinas para facilitar a contratação dos consórcios responsáveis pelas obras da usina de Angra 3.
A decisão acata o pedido da defesa do almirante, que alegou que ele possui 76 anos de idade, que sua esposa sofre de Alzheimer e que ele se afastou da Eletronuclear. Othon está preso preventivamente desde 28 de julho, quando foi deflagrada a Operação Radioatividade, desdobramento da Lava-Jato que investiga o esquema de corrupção na Eletronuclear, estatal do setor nuclear brasileiro. O magistrado ainda aguarda a manifestação do Ministério Público Federal para que o almirante deixe a prisão.
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Inicialmente, o caso de Othon e de outros 13 acusados de participar do esquema de desvios nas obras da usina de Angra 3, estava sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro, que cuida das ações da Lava-Jato na Justiça Federal no Paraná. Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), contudo, o caso da Radioatividade foi distribuído à Justiça Federal no Rio, que manteve as medidas de Moro e acatou no começo do mês a abertura da ação penal contra Othon e outros 13 réus, incluindo o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, que negocia um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Eles são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e concussão. Procurada, a defesa de Othon diz que aguarda os trâmites burocráticos e que seu cliente deve deixar a prisão entre esta quarta e a quinta-feira.