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Politica

Baixa adesão a protestos traz alívio ao governo, que evita comemorações

Nas primeiras análises, a presidente e seus auxiliares mais próximos adotaram, no entanto, uma postura de cautela



Nas análises repassadas à presidente por telefone, auxiliares do governo registraram que ela não foi poupada dos protestos, mas nenhuma outra figura foi cortejada pelos manifestantes. Também houve protestos contra o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que na semana ensaiou uma ruptura com o governo por meio de uma carta de queixas, e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Manifestantes pediram a saída dos dois.

Na tarde de ontem, os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social) trocaram impressões sobre os protestos. "As manifestações são normais em um regime democrático", disse Edinho após a conversa.

"Tudo dentro da normalidade em um país democrático, que respeita a legalidade, que respeita as instituições, um Brasil que estamos construindo com muita dedicação democrática." disse Edinho, após a conversa por telefone com Wagner.

O governo avalia que terá o período de final de ano para conseguir esfriar o clima de tensão política, com as festas de Natal e réveillon e o Carnaval. Pelo menos até março não estão previstas grandes manifestações. É o tempo que o Planalto considera fundamental para reavaliar estratégias políticas e ganhar força na opinião pública.

Para auxiliares da presidente, a tese do impeachment, emplacada pela oposição na última semana, não chegou à sociedade. Nessa análise, o governo ainda tem espaço para disputar a opinião pública.

A meta é intensificar, nas próximas semanas, iniciativas de "esclarecimento" à população de que essa tese é política e não jurídica. Ministros próximos da presidente defendem campanhas arriscadas, para ressaltar que fomentadores do impeachment, como Eduardo Cunha, estão atolados em denúncias de corrupção.