O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (9/12) que o Legislativo deve ter uma convocação extraordinária a fim de discutir o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Contudo, o peemedebista disse que ainda não está fechado quando a convocação será iniciada e qual a melhor forma de fazê-la no mês de janeiro.
"O fundamental, seja qual for o caminho, é que o Congresso funcione no recesso, trabalhe, não enterre a cabeça na areia", disse, ao defender que esta é a maior sinalização que o Legislativo pode dar para solucionar a crise. "A dúvida é quando começaremos e como faremos para convocar", completou.
Renan afirmou que é preciso encontrar um acerto para realizar a convocação extraordinária. Um dos cenários discutidos, conforme antecipou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, era não votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, o que poderia levar automaticamente à continuidade dos trabalhos legislativos. Entretanto, diante das críticas dessa solução, ele disse preferir outra saída.
O presidente do Congresso contou ter conversado com setores da oposição sobre a eventual convocação extraordinária. Ele se disse surpreso com a informação de que o ministro da Secretaria do Governo, Ricardo Berzoini, iria procurá-lo para defender que o plenário faça um recesso parcial no fim do ano, voltando às atividades a partir de 11 de janeiro. Originalmente, o Palácio do Planalto queria que o Congresso não tivesse qualquer pausa para apreciar logo o impeachment de Dilma.
"Me surpreende que o Berzoini esteja nesta posição (de fazer uma pausa menor), é uma posição de racionalidade, de bom senso, o Brasil espera que o Congresso continue funcionando", observou.
Vice
O presidente do Congresso afirmou ainda que "definitivamente" é preciso que o vice-presidente Michel Temer e a presidente Dilma Rousseff construam uma convergência para traçar caminhos com o Brasil. Após uma carta em que o vice reclamou do tratamento que ele e o PMDB recebeu, Temer e Dilma devem conversar hoje à noite
"Nós temos algumas diferenças, mas temos que convergir em torno de algumas mudanças estruturais, o Brasil precisa sair dessa situação. O melhor produto desta conversa será este", disse.