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Pinato atribui a Cunha sua destituição da relatoria do Conselho de Ética

"Temos que aguardar. Estamos falando do julgamento do terceiro homem mais poderoso da República", afirmou o deputado Fausto Pinato

O deputado Fausto Pinato (PRB-SP) atribuiu ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, sua destituição da relatoria do Conselho de Ética na tarde desta quarta-feira (9/12). "Enquanto tiver o comando (de Cunha) da mesa, fica difícil desenvolver", reclamou Pinato. "Temos que aguardar. Estamos falando do julgamento do terceiro homem mais poderoso da República."

Pinato deixou o plenário do conselho de ética logo após o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PSD-BA) ter lido a decisão do primeiro vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). Já do lado de fora da Câmara, enquanto fumava, Pinato respondeu de forma sucinta ao ser questionado se temia perseguição por carte do presidente da Câmara. "Tem de estar atento a tudo", comentou.

Visivelmente contrariado, mas aparentando calma, o agora ex-relator comentava estar com a consciência tranquila. "É uma decisão da Mesa, que é comandada pelo presidente da Câmara. Respeito, apesar de não concordar. A gente aqui espera de tudo "



Apesar das insinuações que acabara de fazer sobre a participação de Cunha em seu afastamento, ele preferiu responder de forma tangencial às perguntas sobre eventual uso de poder de Cunha para reformular o Conselho de Ética. "Deixo para vocês avaliarem e tirarem suas próprias conclusões", disse aos jornalistas.

"Não estou aqui para agradar 100 ou 200 deputados; estou aqui para fazer o que a minha consciência manda e dar uma resposta, dentro da legalidade, a 200 milhões de brasileiros", discursou, dizendo ainda confiar na Justiça e no plenário da Câmara.

Após a decisão, integrantes da tropa de choque de Eduardo Cunha, comandada pelo líder do PSC, André Moura (SE), e pelo presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), também deixaram o plenário e devem recorrer da decisão do presidente do Conselho, de substituir Pinato pelo deputado José Geraldo (PT-PA). Alegam que o parlamentar não tem isenção e que já antecipou seu voto, contrário a Eduardo Cunha.