Jornal Correio Braziliense

Politica

Comissão sobre impeachment de Dilma será instalada na segunda-feira

O colegiado será instaurado em sessão extraordinária convocada por Eduardo Cunha

Com o início do processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PT foca na composição da comissão especial na Câmara que analisará o assunto. O colegiado será instaurado na próxima segunda-feira, às 18h, em sessão extraordinária convocada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os 65 nomes do colegiado serão entregues pelos partidos até as 14h.

Desde a noite de quarta-feira, as siglas se mobilizavam para definir as indicações. O primeiro-secretário da Mesa Diretora da Câmara, deputado Beto Mansur (PRB- SP), leu durante a tarde de ontem, em plenário, a denúncia elaborada pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal. Em seguida, Cunha leu o parecer que autorizou a abertura do processo, em um plenário esvaziado. A Subchefia de Assuntos Parlamentares do Palácio do Planalto recebeu a notificação na noite de ontem.

[SAIBAMAIS]O presidente da Câmara também comunicou em plenário a divisão das vagas na comissão especial, que seguirá a proporcionalidade dos partidos. Os indicados serão eleitos durante a sessão de segunda-feira. A partir do dia seguinte, começa a contar o prazo de 48 horas para colegiado eleger presidente e relator. Diferentemente da distribuição dos membros, não haverá proporcionalidade nessas escolhas, que serão feitas por acordo.

Como adiantou o Correio, o PMDB terá oito vagas. Duas devem ser ocupadas pelo líder da legenda na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), e por Daniel Vilela (GO). Os critérios que estão sendo usados para escolha são capacidade de oratória e experiência. Os nomes começaram a ser analisados logo após a decisão de Cunha. O PT terá o mesmo número de integrantes e utilizará três critérios de escolha: confiança, conhecimentos jurídicos e experiência.



Representação
Nos partidos de oposição, a tendência é que os caciques assumam os cargos. Com seis vagas, o PSDB deve indicar o líder do partido, deputado Carlos Sampaio (SP), e o da minoria, Bruno Araújo (PSDB-PE). O líder do Solidariedade, deputado Arthur Maia (BA), confirmou que ele e Paulinho da Força (SP) serão titulares.

Integrante da base, o líder do PP, deputado Eduardo da Fonte (PE), decidiu não participar da comissão. ;Já fui eleito para a função de líder e acumularia outra função importante. Tem que ter uma representação democrática;, justificou. Ele disse ter recebido 31 pedidos dos 41 integrantes da bancada para ocupar as quatro vagas. De acordo com o parlamentar, a maioria da legenda defende a presidente e a sigla fechará questão. ;Somos um partido da base, então vamos trabalhar pelos votos;, disse.

Considerado um partido independente, o PSB indicará o líder, deputado Fernando Bezerra Coelho Filho (PE). As outras três vagas não foram definidas. Não anunciaram os integrantes: PSD e PR (com quatro vagas cada), PTB (com três), além de DEM, PSC, Pros e PDT, com dois titulares cada. Entre as legendas com direito a apenas uma representação o PCdoB confirmou a líder Jandira Feghali (RJ); do PPS, será o deputado Alex Manente (SP); do PTdoB, Luís Tibé; e do PTN, o deputado Bacelar (BA). Também com um voto, a Rede deve ser representada pelo líder, deputado Alessandro Molon (RJ). O partido fechou contra o impeachment no início da noite de ontem.



Colaborou Hédio Ferreira Júnior