Politica

Entenda: em 1992 denúncias derrubaram o presidente Fernando Collor

Processo de impeachment durou apenas 3 meses

Isa Stacciarini
postado em 03/12/2015 08:42
Milhares de brasileiros tomaram conta do gramado do Congresso Nacional em protesto a favor do impeachment de Collor

As denúncias que levaram ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, eleito pelo voto direto em 1989, surgiram em fevereiro de 1992, quando o empresário Pedro Collor, irmão do então presidente, revelou detalhes de uma rede de tráfico de influências no governo. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) chegou a ser criada para investigar os escândalos e descobriu uma rede de corrupção:

[SAIBAMAIS]Em maio de 1992, o então presidente refutou, em rede nacional, as declarações do irmão e pediu desculpas à população brasileira por ele. As investigações demonstraram, no entanto, que na campanha de Collor o tesoureiro do ex-presidente, Paulo César Farias, o PC, arrecadava contribuições milionárias de empresários. A ação ficou conhecida como ;esquema PC Farias; e o então tesoureiro praticava tráfego de influência no Palácio do Planalto.

Em agosto daquele ano, milhares de pessoas se reuniram no vão do Masp, em São Paulo (foto), para protestar contra Collor. Com as caras pintadas, eles pediram a saída do presidente. A partir de então começou uma onda de manifestações, com a presente maioria de jovens, com pedidos estampados nos rostos. Por isso o nome ;caras pintadas;.

Em setembro, o pedido de impeachment de Collor foi entregue à Câmara dos Deputados. Em 18 de setembro um protesto reuniu milhões de pessoas no Vale do Anhangabaú em São Paulo. A abertura do pedido de impeachment contra o ex-presidente Fernando Collor de Mello ocorreu em 29 de setembro de 1992.

A Câmara dos Deputados, a época, aprovou a votação histórica que tiraria do poder o primeiro presidente eleito pelo voto direto, em 1989: 441 votaram a favor, 38 contra, 23 não votaram e um se absteve. Brasileiros comemoraram entoando o som do Hino Nacional. O processo de impeachment chegou ao Senado em 2 de outubro e Collor foi afastado da presidência interinamente.


Em 29 de dezembro de 1992, três meses após o pedido de cassação do mandato, Collor renunciou ao poder. Ele tomou a atitude para não ter os direitos políticos cassados. Mesmo com a saída voluntária de Collor, o Senado Federal votou a favor do impeachment e tornou o político inelegível para cargos públicos por oito anos.

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