Ex-advogado do engenheiro Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras preso em Curitiba por envolvimento em ações de corrupção na petroleira, Ribeiro teve a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira passada. Ele é um dos participantes da conversa, gravada por Bernardo, filho de Cerveró, em que, com o senador Delcídio Amaral (PT-MS), também preso, tramava a fuga do país do ex-diretor da Petrobras.
No depoimento, de cerca de três horas, prestado na Superintendência da PF no Rio, Ribeiro alegou inocência, de acordo com seu advogado, Carlo Luchione. O ex-defensor de Cerveró é acusado de ter se associado ao senador petista e ao banqueiro do BTG Pactual, André Esteves, também preso na quarta-feira, para tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
;Ribeiro alegou inocência veementemente. Houve uma interpretação errada da estratégia de defesa que ele fez para o seu cliente. O resto do conteúdo do depoimento é sigiloso;, disse o advogado, que também declarou que o cliente nunca traiu a confiança de Cerveró ; uma das supostas razões que teria levado o ator Bernardo Cerveró a entregar ao Supremo a gravação da conversa.
Habeas corpus
Luchione informou também, na porta da sede da PF, que já entrou com o pedido de revogação da prisão preventiva do cliente. Requereu também que Ribeiro seja transferido para uma ;sala de Estado-maior;, norma do Estatuto da Advocacia que prevê o recolhimento dos profissionais em ambientes separados, sem grades, situados em unidades prisionais ou em quartéis da Polícia Militar (PM).
;Caso não possa ser encaminhado para um batalhão que tenha esse ambiente, ele deve ter o pedido de prisão domiciliar aceito;, disse o advogado.
À noite, no entanto, por volta das 20h, Edson Ribeiro foi transferido da sede da Polícia Federal no Rio, no Centro da cidade, para o presídio Ary Franco, em Água Santa (Zona Norte). Nessa unidade ele deve passar por triagem e em seguida ser encaminhado para um dos presídios do complexo de Bangu, na zona oeste.