Um novo processo foi aberto contra a Petrobras nos Estados Unidos esta semana. Mas, diferentemente das várias outras ações contra a empresa brasileira que deram entrada na Justiça americana por causa da Operação Lava Jato desde dezembro, essa não foi aberta na Corte de Nova York, mas no Tribunal da Pensilvânia.
[SAIBAMAIS]Vários fundos do grupo financeiro Vanguard Group entraram com processo contra a Petrobras e duas subsidiárias internacionais da companhia que emitiram bônus no mercado internacional - a Petrobras International Finance Company, com sede em Luxemburgo, e a Petrobras Global Finance, com sede na Holanda. Ainda são citados como réus três executivos da empresa, os ex-presidentes Graça Foster e José Sergio Gabrielli e o ex-diretor Almir Barbassa. O processo está nas mãos da juíza Nitza Ileana Quiñones Alejandro.
O Vanguard Group tem sede na região de Valley Forge, na Pensilvânia, a cerca de 30 quilômetros da capital, Filadélfia. O grupo tem US$ 3 trilhões em ativos administrados. Criado em 1975, tem ainda escritórios na Carolina do Norte e no Arizona. Ao todo, possui 160 fundos nos EUA e mais 120 no exterior, com mais de 20 milhões de investidores. A gestora aplicou em bônus da Petrobras e American Depositary Receipts (ADRs, recibos que representam ações) listados na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE).
Denúncias
A acusação do processo, que tem 126 páginas, é semelhante à das ações abertas em Nova York. A Petrobras teria escondido dos investidores o esquema de corrupção e pagamento de propinas, inflando ativos e não comunicando "adequadamente" aos investidores.
Quando as denúncias vieram a público, os papéis da empresa despencaram no mercado, provocando prejuízos aos investidores, que agora querem indenização para recuperar as perdas. O período da ação do Vanguard é um pouco mais longo que o dos outros processos e vai de dezembro de 2009 ao mês passado. Nas ações de Nova York, o período é de janeiro de 2010 a julho de 2015.