Em sessão extraordinária realizada ontem, a 2; Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) referendou, por unanimidade, a prisão preventiva do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), autorizada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF. O ex-líder do governo no Senado é suspeito de atrapalhar as investigações do escândalo da Petrobras. Para tentar impedir a delação premiada de Nestor Cerveró, o senador ofereceu uma ;mesada; de R$ 50 mil pelo silêncio do ex-diretor da Petrobras. Após a decisão do Supremo, a prisão de Amaral foi para análise no Senado.
;Um comportamento digno de integrante de máfia; foi como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, definiu os atos do grupo em relatório do Ministério Público Federal, afirmação reiterada por Teori Zavascki na sessão. No texto, o procurador-geral pontuou ainda que a tentativa de compra de silêncio de Cerveró por meio de pagamentos mensais à família dele seria um ;componente diabólico de embaraço à investigação.;
Criminosos
A ministra Cármen Lúcia afirmou que ;criminosos não passarão; pelo Judiciário e pelo povo brasileiro. ;Houve um momento em que maioria de brasileiros acreditou num mote em que a esperança tinha vencido o medo. No mensalão descobrimos que o cinismo tinha vencido a esperança. Agora parece que o escárnio venceu o cinismo;. A fala do ministro Celso de Mello foi no mesmo sentido, classificando a corrupção como uma ;patologia que se abateu sobre o Estado brasileiro;.
O advogado representante de André Esteves, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse aos jornalistas após a sessão que é ;extremamente improvável; que o cliente tenha envolvimento com a tentativa de evitar a delação. ;Certamente, ele não participou desse tipo de conversa. Tanto é que a prisão decretada dele, embora seja muito grave, é uma prisão temporária, não preventiva. A regra é que quem tenta interferir no processo tenha prisão preventiva;.