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'Dilma sabia de todos os movimentos de Passadena', afirma Cerveró

Na delação, Cerveró menciona a presidente Dilma Rousseff num capítulo sobre a refinaria de Pasadena, cuja compra pela Petrobras resultou num prejuízo de mais de US$ 600 milhões

O ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró fechou acordo de delação premiada com os procuradores da Operação Lava-Jato. O trato foi acertado no dia 18 de novembro, doze depois de de uma das reuniões do filho do ex-dirigente dom o senador Delcídio Amaral, em que ele ofereceu dinheiro à família e uma rota de fuga para que ele não o mencionasse em sua colaboração com o os investigadores.

[SAIBAMAIS]Na delação, Cerveró menciona a presidente Dilma Rousseff num capítulo sobre a refinaria de Pasadena, cuja compra pela Petrobras resultou num prejuízo de mais de US$ 600 milhões, segundo a Controladoria Geral da União (CGU). Em 4 de novembro, Delcídio obteve, antes de o acordo ter sido assinado, trechos do depoimento do ex-diretor. ;Então ele bota assim, a Dilma sabia de todos os movimentos de Passadena;, afirmou o senador.

Cerveró deverá confessar crimes, pagar multas, devolver dinheiro desviado, entregar novas informações e documentos à Polícia Federal e ao Ministério Público para, em troca, obter reduções de suas penas. O ex-diretor da Petrobras, preso desde janeiro, já foi condenado a 12 anos de cadeia por corrupção, por receber parte de uma propina de US$ 40 milhões de lobistas do estaleiro Samsung, fornecedor de navios-sonda para a petroleira.

Os termos do acordo entre Cerveró e o Ministério Público não foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele está em autos apartados sob análise do ministro relator da Lava-Jato na corte, Teori Zavascki. O anexo número 29 desse acordo mostra as negociações entre Delcídio Amaral e o filho do ex-dirigente para abafar o caso com o apoio do banqueiro André Esteves.