Em sessão extraordinária com ministros da 2; turma do Supremo Tribunal Federal, na manhã desta quarta-feira (25/11), o ministro relator da Operação Lava-Jato no STF, Teori Zavascki, explicou os motivos de ter autorizado a prisão preventiva do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). De acordo com Zavascki, o líder do governo no Senado estaria obstruindo as investigações e teria oferecido dinheiro para a família de Nestor Cerveró.
[SAIBAMAIS]O ministro afirmou que o senador tentou negociar com o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não aceitasse acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Uma reunião entre Delcídio e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, teria sido gravada. No encontro, o senador oferece uma mesada de R$ 50 mil para a família de Cerveró, um plano de fuga e articulações no Judiciário para diminuição da pena.
Segundo Zavascki, Delcídio teria apresentado uma rota de fuga a Cerveró pelo Paraguai. De lá, um jatinho o levaria para a Espanha. A decisão em relação a prisão de Delcídio foi monocrática de Teori, mas referendada por toda turma. A Constituição Federal dá imunidade prisional a parlamentares, a não ser que a prisão seja em flagrante. O parágrafo 2;, artigo 53 da Constituição determina que "desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável."