A Polícia Federal considerou ;contraditórias e vazias; as versões do depoimento de um dos filhos do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, o Luis Cláudio Lula da Silva, em relação à quantia de R$ 2,5 milhões que a LFT Marketing Esportivo recebeu em 2014 e 2015 da Marcondes & Mautoni. O escritório de lobby é suspeito de repassar propinas de montadoras de automóveis para políticos e servidores em troca da ;compra; de medidas provisórias para reduzir impostos do setor. As informações constam da representação de prisão de Mauro Marcondes e a mulher dele, Cristina Mautoni Marcondes, e do representante do casal em Brasília, Francisco Mirto.
[SAIBAMAIS]No documento levado pelo Ministério Público à Justiça, a polícia acusa o filho do ex-presidente de tentar fazer uma ;celeuma; nas investigações. ;Ao invés de elucidar os reais motivos de pagamentos da Marcondes Mautoni para a LFT, na verdade, serviu para gerar mais uma celeuma, já que não há uma definição precisa sobre quais e quanto serviços foram de fato contratados, qual eram os reais objetos de estudo e ao que eles se destinavam e qual é a relação deles com o projeto de um centro de convenções, e a inexistência, tanto na sede Marcondes e Mautoni quanto na LFT MARKETING ESPORTIVO, de documentação comprobatória que desse mínimo lastro ao serviço;, consta o documento da Polícia Federal.
Em depoimento, o empresário afirmou que os pagamentos foram recebidos entre junho de 2014 e março de 2015, de acordo com nota divulgada no início de novembro por seu advogado, Cristiano Zanin. Porém, a LFT Marketing Esportivo não tem nenhum funcionário registrado. À polícia, Luis Cláudio disse ter perdido o patrocínio da Caoa Hyundai para o torneio de futebol americano que organiza, o Touchdown, verba que recebeu durante dois anos. A partir daí, teve contato com a consultoria de Mauro Marcondes, empresa de lobby contratada pela Caoa e pela Mitsubishi para, segundo a PF, comprar medidas provisórias. ;Luis Cláudio (...) disse ter chegado a essa empresa quando procurava patrocínio no setor da indústria automobilística, medida necessária pela perda do patrocínio da Hyundai, após dois anos de participação no ;Torneio Touchdown;", esclareceu na nota divulgada no início de novembro.