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Mesmo com ultimato, manifestantes afirmam que vão continuar acampados

Presidentes da Câmara e do Senado e governador do DF dão 48 horas de prazo para Movimento Brasil Livre desocupar área em frente ao Congresso Nacional

Depois de permitir que manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL) instalassem barracas e acampassem em frente ao Congresso Nacional pressionando parlamentares pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) precisou recuar e determinou o prazo de 48 horas, a contar a partir do final da tarde de ontem, para a liberação do gramado em frente ao espalho d;água. Integrantes do Movimento Brasil Livre prometem resitir.
A decisão pela retirada foi tomada depois de pressão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e do governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, defensores da desocupação da área que, nos últimos dias, virou palco de conflitos entre grupos de manifestantes, o que expôs a falta de segurança instalada a poucos metros dos principais órgãos do poder do país. Os três se reuniram no gabinete de Renan, na tarde de ontem.

[SAIBAMAIS]A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que tentou pegar carona nos protestos e ocupou uma parte do gramado na última quarta-feira, foi a primeira a deixar a área, já no início da noite. Já o Movimento Patriota Nacional, formado por um grupo pró-militarismo instalado na área de jurisprudência do governo de Brasília, no gramado da Esplanada dos Ministérios ; e onde foram encontradas armas e um homem foi preso ao dar tiros para o alto ; não terá o mesmo prazo para desocupação. ;Esperamos que eles não imponham resistência e também deixem a área, já que não terão mais o direito de ocupá-la como antes;, avisou Rollemberg. Antes da reunião, o GDF já havia divulgado uma nota determinando a desocupação do gramado da Esplanada.

Apesar de ter sido o responsável por liberar a ocupação do gramado pelo MBL, Cunha negou que tivesse errado ao permitir o acampamento na porta do Congresso. O grupo pressiona os deputados a instaurarem o processo de impeachment da presidente Dilma. ;Eu não acho que errei. Concedi a liberação a um grupo por um prazo determinado, que deveria ter acabado na semana passada. Como não foi, já não há mais porque estarem ali;, disse.



A Polícia Militar do Distrito Federal deverá permanecer no local dos acampamentos para garantir a ordem da desocupação. Rollemberg informou que haverá aumento do efetivo de policiais, sem informar qual seria o reforço. De acordo com o governador, se houver resistência dos manifestantes, a força será usada para garantir a segurança do local. Nenhuma medida judicial está prevista para garantir a desocupação.

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