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Politica

Cada vez mais isolado, Eduardo Cunha sonha com o recesso parlamentar

Sem o apoio da oposição, o presidente da Câmara se vê numa encruzilhada no processo que pede a cassação do mandato dele. A estratégia é ganhar tempo. Em conversa com tucano, peemedebista diz que PSDB jogou fora a chance do impeachment de Dilma

Cada vez mais irritado com a perda de apoio político, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conta com o recesso parlamentar de fim de ano para que a temperatura política diminua e ele consiga sobreviver ao vendaval político que enfrenta. Após ficar sem o aval da oposição ; em especial do PSDB, que anunciou nesta semana que pedirá o afastamento dele do cargo antes da conclusão do processo no Conselho de Ética ;, Cunha apoia-se no conjunto de partidos de pequeno e médio porte que assinaram uma nota de apoio a ele na quarta-feira e no temor do governo de que possa acelerar as ações de impeachment da presidente Dilma Rousseff.



Se tenta ganhar tempo político na Casa, com manobras que passam inclusive pela mudança de integrantes do Conselho de Ética da Câmara, Cunha não esconde a irritação com o PSDB. A ira do peemedebista foi descarregada sobre o vice-líder da bancada tucana da Câmara, Nilson Leitão (MT), na manhã de quarta-feira, quando este foi ao gabinete presidencial conversar sobre a instalação da CPI da Funai. Segundo interlocutores presentes à reunião, Cunha chamou o PSDB de ;ingrato; e disse que a oposição jogou fora a oportunidade de ver aberto o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. E ainda afirmou que a oposição havia sido ingrata após todos os espaços cedidos a ela na Mesa Diretora da Casa, nas comissões temáticas e nas comissões parlamentares de inquérito (CPIs).

;O Eduardo Cunha reagiu com indignação. Achou um absurdo;, revelou o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP). Paulinho disse que no almoço de terça-feira com o peemedebista, o PSDB teve uma postura diferente da anunciada nesta quarta. Agora ele já não sabe se Cunha anunciará mesmo nesta semana um novo rito para o processo de impeachment, como havia prometido. ;Acho que foi mal (a ruptura) porque, no meu ponto de vista, abriram mão do impeachment. Jogaram o Cunha no colo do PT;, avaliou Paulinho.

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