O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou nesta segunda-feira (26/10) ter apresentado na CPI do Carf pedidos para quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico da empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O escritório foi alvo esta manhã de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal em uma nova fase da Operação Zelotes.
A empresa recebeu pagamentos de uma das consultorias suspeitas de atuar pela Medida Provisória 471, que prorrogou benefícios fiscais de montadoras de veículos. O caso da compra da MP foi revelado com exclusividade pelo jornal O Estado de S.Paulo.
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Randolfe argumentou que considera prudente, primeiro, tentar aprovar a quebra de sigilo da LFT para tentar comprovar pagamentos feitos pela Marcondes & Mautoni Empreendimentos. Os valores alcançam R$ 2,4 milhões e foram transferidos em parcelas de R$ 400 mil, conforme apurou o Estado. Naquele mesmo ano de abertura da empresa, a medida provisória começou a vigorar.
Somente após a confirmação, disse o senador da Rede, é que ele pedirá a convocação do filho do ex-presidente Lula. Para Randolfe, obviamente essa circunstância tornará inevitável o comparecimento dele ao Congresso.
"Estou fazendo logo a quebra até para não prevalecer, neste debate, a discussão entre governo e oposição. Já teve um requerimento de convocação de Luís Cláudio Lula da Silva rejeitado pela CPI. Para não correr o risco de ter o segundo requerimento rejeitado, vamos fazer a apreciação dos requerimentos de quebras de sigilo", considerou.
O senador disse que, se a CPI do Carf não avançar na investigação após a nova fase da Zelotes, é melhor a comissão deixar de existir. Questionado se não há o risco de haver um acórdão para blindar o familiar de Lula, Randolfe respondeu: "Quem quer fazer acórdão que assuma publicamente."
Randolfe também anunciou que vai apresentar, entre outros, requerimentos para quebrar os sigilos bancário, telefônico e fiscal do lobista Alexandre Paes dos Santos, preso hoje na ação da PF, e de quebras de sigilo e convocação de Eduardo Valadão, Cristina Maltoni e Mauro Marcondes.