O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira, 21, que não espera agradecimentos e que dorme com a consciência tranquila porque considera ter feito "o que era justo" pelo País. A afirmação foi feita em discurso durante a entrega do título de cidadão piauiense e teresinense na Assembleia Legislativa.
"Eu sei o que fizemos pelo Brasil. Não faço política atrás de agradecimento. Político é assim, não espere agradecimento. O melhor agradecimento é deitar com sua consciência tranquila todo dia e é o que eu faço. Fiz o que era justo para meu País", discursou.
Lula também voltou a dizer que o País vive um momento de "ódio" e, sem citar denúncias específicas, reclamou da imprensa. "Este país está vivendo um momento inusitado. Um momento de ódio, onde as pessoas não precisam nem ser julgadas e as manchetes condenam antes das pessoas saberem se tem processos. Muita gente fica nervosa e irritada e temos que nos perguntar o que está acontecendo", questionou.
Nesta quarta-feira, o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem com trechos da delação de Fernando Soares, o Fernando Baiano, preso pela Operação Lava Jato sob a acusação de ser um dos operadores de propinas no esquema de irregularidades na Petrobras. Segundo Baiano, Lula se reuniu com o pecuarista José Carlos Bumlai, de quem é amigo, e com João Carlos Ferraz, então presidente da Sete Brasil, para tratar de negócios intermediados por Ferraz, em nome do grupo OSX, do empresário Eike Batista. O encontro teria ocorrido no primeiro semestre de 2011, na sede do Instituto Lula, em São Paulo, e antecedeu a cobrança de R$ 3 milhões a Baiano por Bumlai para supostamente quitar débito de uma nora do ex-presidente.
Protesto
Cerca de 150 manifestantes do Vem para Rua, segundo cálculos da Polícia Militar, protestaram contra o ex-presidente em frente à Assembleia. Militantes petistas, com um carro de som, também estiveram no local e houve um princípio de confusão quando integrantes do grupo pró-impeachment começaram a inflar o Pixuleco - boneco inflável do ex-presidente Lula vestido de presidiário com o número 13-171 no peito. Petistas ameaçaram furar o boneco.
Os manifestantes também reclamaram da concessão de honrarias ao ex-presidente no Estado governado por Wellington Dias (PT). Eles exibiram um placa de 2,5 metros de largura em formato de certificado com o título de cidadão "Vergonha Piauiense".