A solução para a crise, na visão dela, vai além dos ajustes econômicos. "É preciso que o Brasil seja ajustado na economia? Sem sombra de dúvida, mas também na educação, na infraestrutura e, principalmente, na postura dos partidos e das lideranças políticas".
Para Marina, a avaliação da sociedade é de que "os problemas são tão graves que o país entrou em uma situação de desgovernança". "Quem ganha a eleição, ganhou. Mas está tendo condição de governar? Essa é a pergunta".
Candidata à Presidência da República na última eleição, a líder da Rede comentou as declarações da presidenta Dilma Rousseff, feitas durante viagem à Europa, de que o governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção. Marina disse que é preciso reconhecer os problemas para resolvê-los. "Quem não reconhece a natureza dos problemas, a magnitude dos problemas, com certeza não se dispõe a resolvê-los".
Dilma fez a afirmação ontem (20/10), após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, dizer que "o governo está envolvido no maior escândalo de corrupção do mundo". Sobre Cunha, Marina disse hoje que seu partido já apresentou representação ao Conselho de Ética da Câmara contra o presidente, que é suspeito de manter contas secretas no exterior. Marina disse que a decisão de renunciar é de foro íntimo, mas que o "Conselho de Ética precisa se reunir urgentemente para, como base nos autos de tudo o que já se tem apurado, tomar uma decisão".
A ex-senadora também afirmou que a crise não pode ser instrumentalizada nem usada para recuperar ou ganhar popularidade.
"É o momento de olhar para a crise com profundo senso de responsabilidade. Não é instrumentalizar a crise e usar a crise para ver quem se cacifa com ela. É resolver a crise e o resto vem como acréscimo".