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Conselho de Ética pedirá explicação sobre mudança de prazos no caso Cunha

Araújo disse não enxergar a mudança como uma "manobra" de Cunha para atrasar a ação

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA), anunciou nesta terça-feira (20/10) que pedirá explicações à Mesa Diretora da Casa sobre a mudança dos prazos para que o colegiado devolva o processo que pede investigação do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por quebra de decoro parlamentar.

Araújo disse que, somente nesta terça-feira, quase uma semana após enviar o pedido de abertura de investigação sobre Cunha à Secretaria-Geral da Mesa, soube que o prazo para devolução do processo é de três sessões ordinárias - e não qualquer tipo de sessão, como entendia.

"Estranhei quando recebi a notícia. Estava contando que a resolução também valia para o Conselho de Ética", afirmou o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Araújo referia-se à resolução 7 da Mesa, a qual estabelece que qualquer tipo de sessão, seja ela ordinária ou extraordinária, vale na contagem de prazos.

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Ele afirmou que pedirá as explicações de forma oral. Segundo Araújo, será uma "conversa" com a Secretaria-Geral, e não diretamente com o presidente da Câmara. "Se eu me convencer, não me resta nada além de esperar o prazo", afirmou. Araújo disse não enxergar a mudança como uma "manobra" de Cunha para atrasar a ação. "Não vejo por esse prisma", declarou.

Pela interpretação da Mesa Diretora de que só valem sessões ordinárias, o prazo para a devolução do processo sobre o presidente da Câmara ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar só acaba nesta quinta-feira, 22, quando a terceira sessão ordinária deve ser realizada. Com isso, destacou Araújo, a convocação dos membros do colegiado deve ficar para a próxima semana, "contra minha vontade".

;Acusações graves;


Apesar de dizer que não pode emitir opinião por ser presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Araújo avaliou que as "acusações" contra Cunha são "graves". "A imprensa diz que as provas são fortes, mas ainda não peguei, não li", ponderou, voltando a descartar interferência política na atuação do colegiado.