O empresário e dono da empreiteira Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, teve nova prisão preventiva decretada, nesta segunda-feira (19/10), pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava-Jato. Além de Marcelo, dois executivos ligados ao grupo Odebrecht, Rogério Araújo e Marcio Faria, tiveram a prisão decretada por Moro. O juiz aceitou também uma nova denúncia do Ministério Público Federal (MPF), apresentada na última sexta-feira (16/10), contra a cúpula da empresa.
"Relativamente ao pagamento de vantagens indevidas nos contratos que constituem objeto específico desta ação penal, observo que, além das propinas constituírem, em cognição sumária, a regra nos grandes contratos da Petrobras, eles, os contratos, encontram-se relacionados em tabela fornecida por Pedro Barusco, gerente de Serviços e Engenharia da Petrobras. Portanto, há, em cognição sumária, provas documentais significativas da materialidade dos crimes, não sendo possível afirmar que a denúncia sustenta-se apenas na declaração de criminosos colaboradores", informou o juiz.
Sobre a decretação da nova prisão de Odebrecht e dos executivos da empresa, Moro afirmou que eles devem continuar presos por oferecerem riscos as investigações. "O risco à investigação e à instrução decorre de condutas subreptícias, destruição e interferência na colheita das provas, assim como o risco à aplicação da lei penal, dissipação de ativos com remessas ao exterior e movimentação no exterior de ativos criminosos. Não há como controlar essas condutas com medidas alternativas."
Os empresários estão presos deste 19 de junho, quando foi deflagrada a 14; fase da Lava-Jato. A decisão de hoje é a segunda ordem de prisão contra os executivos, desta vez acusados de pagamento de R$ 137 milhões em propinas em oito contratos da Petrobras, entre 2004 e 2011.
Denúncia da Procuradoria
A força-tarefa da Lava-Jato apresentou, na sexta, uma nova denúncia contra a cúpula da Odebrecht. Os procuradores da República que subscrevem a denúncia pedem que seja decretado o perdimento "do proveito e produto dos crimes", em valor mínimo de cerca de R$ 137 milhões, além do pagamento de danos mínimos de R$ 275 milhões em favor da estatal referentes aos oito contratos.