Diante das novas denúncias de possuir contas no exterior, presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu sigilo de toda a investigação. Ele não explicou as movimentações financeiras, voltou a negar ter recebido vantagem de qualquer natureza e reforçou as críticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em nota divulgada nesta sexta-feira (16/10), o deputado classificou como ;estratégia ardilosa; a conduta de Janot, a quem acusa de ;vazar maciçamente supostos trechos de investigação; a fim apenas de desestabilizar sua gestão e sua ;imagem de homem público;. Ele criticou o vazamento de informações sigilosas e sem garantia de direito de ampla defesa.
O Correio apurou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, levou as mais de 700 páginas para casa a fim de analisar pedido do deputado para colocar o inquérito em sigilo.
A papelada deve voltar ao Ministério Público a fim de que os procuradores da Operação Lava-Jato que auxiliam o procurador geral da República, Rodrigo Janot, peçam à Polícia Federal para tomar depoimentos e levantar documentos do caso. Isso deve acontecer a partir da semana que vem.
Reiteração
Na nota, Cunha reiterou depoimento feito em março na CPI da Petrobras, quando negou a existência das contas. Ele afirmou que os ;advogados terão agora oportunidade de conhecer os supostos dados e documentos; e que ;darão resposta precisa aos fatos existentes; quando tiverem acesso às informações. O deputado também reforçou sua confiança no Supremo Tribunal Federal, que segundo ele ;certamente fará justiça ao apreciar os fatos imparcialmente;.
O texto afirma que a ação da PGR coloca em xeque a respeitabilidade do processo e denigre as instituições devido à ;omissão proposital; de outros personagens da investigação. De acordo com Cunha, a atuação de Janot pode ter como objetivo inclusive a manutenção da presidente Dilma Rousseff no cargo. ;É muito estranha essa aceleração de procedimentos às vésperas da divulgação de decisões sobre pedidos de abertura de processo de impeachment, procurando desqualificar eventuais decisões;, diz a nota.