A votação do projeto de lei que regula a compra de terras por estrangeiros e empresas do exterior provocou um racha entre parlamentares e entidades do setor agropecuário. O ponto da discórdia é o suposto incentivo a investimentos internacionais no setor fundiário ; vistos por alguns como ameaça à soberania. Pela proposta, continuariam permitidas as compras de terrenos feitas por empresas de capital aberto, com ações na bolsa no Brasil ou no exterior, mas ficariam proibidas as aquisições por fundos soberanos constituídos por outros países e organizações não governamentais, ou fundações com sede internacionais ou com orçamento que venha, na maior parte, de uma mesma pessoa ou empresa estrangeira. O regime de urgência, aprovado em setembro, foi solicitado pelo deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ). Agora, o PL n; 4.059/12 espera por votação em plenário.
Para Junqueira, a decisão da AGU provocou temor em empresas proprietárias de terras no Brasil há muito tempo, porque tais posses são contabilizadas no exterior e a determinação não assegurava mais se a empresa deveria manter as propriedades nos balanços fiscais ; mesmo que, à época, o órgão tenha esclarecido que a decisão não era retroativa. ;Foi posto em risco até aquilo que se fez no passado. Não compete à AGU legislar, e o que ela fez foi criar a situação por meio de um ato administrativo, algo que remete à atuação ditatorial;, reclama.
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