O delegado não foi mantido na cidade, segundo o deputado, até porque o então governador era seu adversário político e que jamais influenciaria em tal manutenção. Diz ainda que é improcedente a afirmação de que no relatório do grupo de extermínio conste que a morte do vereador envolvia seu nome. O peemedebista ainda atribui o envolvimento de seu nome no relatório a uma disputa política uma vez que o relator era seu adversário. ;Não respondo e jamais respondi a qualquer inquérito ou processo em nenhuma instância ao longo dos oito mandatos da minha vida pública", encerrou.
Entenda
Uma das testemunhas, que não teve o nome revelado no documento por questões de segurança, afirmou que Manoel Júnior teria participação no assassinato do vereador José Barros, em 2000, no município de Pedras de Fogo. Em 2011, o veto da presidente Dilma Rousseff ao nome do deputado para ocupar a pasta do Turismo no lugar de Pedro Novais ocorreu justamente porque ela recebeu, por meio do deputado Luiz Couto, o relatório da CPI.
A papelada cita, a partir de declarações de uma testemunha ouvida pelos integrantes do colegiado, a relação do parlamentar com o ex-delegado Marcelo Jorge, que integraria um grande grupo de extermínio da região. ;A permanência do ex-delegado Marcelo Jorge na Delegacia de Pedras de Fogos se dava por influência política do deputado Manoel Júnior, inclusive com este patrocinando o retorno daquele policial depois que ele tinha sido temporariamente afastado a partir de um momento em que os assassinatos chegaram a um nível insuportável;, atesta o relatório.
Participação
Outro trecho do documento, também com base em declaração da testemunha, aponta a participação do deputado no crime. ;A morte do vereador José Barros, que também era de mandar matar, mas do tipo cabo César, passava pelo ex-delegado Marcelo Jorge e pelo deputado estadual Manoel Júnior;. À época, em uma rádio local, uma das testemunhas do caso Manoel Mattos, vereador petista morto em Pedras de Fogo por um grupo de extermínio, denunciou que o deputado teria pago R$ 40 mil para encomendar o crime.
Em 2011, quando o caso voltou à tona justamente após a possível indicação do nome do parlamentar para o Ministério do Turismo, ele se defendeu alegando que estava sendo perseguido por adversários políticos. O deputado pediu à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça a quebra do sigilo telefônico da testemunha, morta em 2009, para comprovar que era vítima de uma armação. Em entrevista a uma rádio local, afirmou que o seu nome foi envolvido porque os adversários temiam sua candidatura à Prefeitura de João Pessoa, em 2012.
Na terça-feira (29/9), a superintendência da Polícia Federal da Paraíba afirmou que não consta nenhum indiciamento contra Manoel Júnior em qualquer inquérito instaurado pela corporação.