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Petistas criticam possibilidade de Lula depor à Polícia Federal

Para o senador do PT, não há nenhum fato que envolva o ex-presidente no escândalo da Petrobras



Lideranças petistas classificaram como uma ação de "conotação política" a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depor à Polícia Federal como testemunha no esquema de corrupção investigado no âmbito da Operação Lava Jato "O ex-presidente vai testemunhar sobre o quê? Há uma clara conotação política nessa iniciativa", afirma o líder do PT do Senado, Humberto Costa (PE).

Para o senador do PT, não há nenhum fato que envolva o ex-presidente no escândalo da Petrobras e a iniciativa trata-se de uma "coisa isolada" do delegado da PF Josélio Sousa. No dia 11 deste mês, ele solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a autorização para ouvir Lula e os ex-ministros Gilberto Carvalho e Ideli Salvatti sobre o caso.

[SAIBAMAIS]Na sexta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou um parecer ao Supremo no qual recomenda ao relator das investigações na Corte, ministro Teori Zavascki, que aceite o pedido do delegado PF para ouvir Lula. Se Zavascki autorizar o depoimento, Lula será ouvido como testemunha.

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Para o deputado tucano Antonio Imbassahy (BA), 1; vice-presidente da CPI da Petrobras, a decisão de Janot de recomendar que Lula seja ouvido é acertada. "Lula é um cidadão comum que tem que observar a legislação como todos. Ele tem sido citado. Todo o esquema do ;petrolão; foi iniciado no governo dele, por isso ele tem obrigação de prestar os esclarecimentos. Até porque, como presidente, ele tinha responsabilidade sobre as ações de seus subordinados", disse.

Segundo a edição da revista "Veja" desta semana, o ex-deputado Pedro Corrêa, preso desde abril por envolvimento no esquema de desvios na Petrobras, estaria negociando com o Ministério Público um acordo de delação premiada. A publicação afirma ainda que Corrêa já teria dito aos procuradores da Lava Jato que Lula e a presidente Dilma Rousseff sabiam da existência do esquema de corrupção que funcionava na estatal.

Também de acordo com a revista, Corrêa teria contado, em conversas preliminares, que o petrolão nasceu em uma reunião realizada no Planalto, com participação dele, Lula, integrantes do PP (partido de Corrêa) e os petistas José Dirceu e José Eduardo Dutra, que na época era presidente da Petrobras. No encontro, definiu-se a nomeação de Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da estatal. Anos depois, Costa se tornaria o primeiro delator da Lava Jato.